Este é um dos princípios que fundamentam mindfulness, a capacidade de sustentar a atenção momento a momento na experiência que está sendo vivenciada. Algumas tradições comparam a mente a um macaco, ou a um cavalo selvagem. Pulando de galho em galho ou correndo e corcoveando sem controle.
Gosto de pensar na atenção como uma borboleta e na experiência presente como uma flor. Ela pousa e se delicia do pólen, mas logo já alça voo novamente, até que percebemos a beleza da flor que está ali e pousamos novamente.
Você já percebeu quanto tempo fica com sua atenção voando por aí? Algo que já passou, algo que quem sabe um dia ou nunca venha a acontecer...
Pesquisas mostram que passamos metade do tempo devaneando. Sinceramente acredito por minha experiência pessoal com meditação que passamos muito mais tempo do que isso e que as pessoas responderam aos questionários devaneando sem sequer perceber. Mas talvez seja simplesmente a minha mente que seja mais agitada do que a média.
O tesouro desta pesquisa é que as pessoas que relatavam estarem presentes também traziam níveis mais elevados de felicidade. É tão curioso esse fato de sofrermos pelo que já passou ou pelo que quem sabe virá, sendo que o presente, em geral é muito mais leve do que o que habita nossa mente. Como dizia um mestre Zen "que problema temos agora?!" Não amanhã, ou daqui a cinco minutos, AGORA.
Parte da beleza deste fenômeno é que podemos treinar nossa atenção, exercitar o pouso da borboleta na flor presente. É um caminho de uma vida inteira, em geral nada excepcional acontece, mas a cada momento tem "aroma, cor e sabor" que preenchem a existência de um sentido profundo e que facilmente passam despercebidos quando estamos desatentos, agindo no automático.
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